Devido à intensa neuroplasticidade durante a primeira infância, as experiências e interações da criança com o ambiente têm um grande impacto em sua vida e em suas habilidades linguísticas. Este, pode ser de forma positiva ou negativa. Desta maneira, o desenvolvimento cerebral é influenciado pelas variações de quantidade e qualidade de estímulos ambientais. O desenvolvimento cognitivo, ainda de é construído e moldado pelos efeitos interativos da predisposição genética e da influência ambiental. Portanto, seus circuitos em desenvolvimento afetam o aprendizado de maneira incisiva (Shonkoff, 2011)
Sendo assim, o desenvolvimento de linguagem sofre grande influência de aspectos sociais e ambientais. O nível cultural e o ambiente linguístico familiar são fatores que influenciam o desenvolvimento do vocabulário, fonologiae das habilidades correlacionadas ao processo de aprendizagem. Desta forma, o adulto desempenha junto ao ambiente determinada influência durante a aquisição de linguagem ao longo do desenvolvimento infantil.
O papel do adulto neste momento, é ser um tutor para a criança. Estimular o seu desenvolvimento através de reconto de histórias, brincadeiras de faz de conta, idas ao mercado e as feiras de maneira proveitosa a fim de enriquecer o vocabulário através do conhecimento de mundo e de experiências. Contudo, torna-se necessária que a TV ou o iPad estejam desligados, e que as brincadeiras construtivas, culturais, que envolvam relações interpessoais sejam prioridade nesta etapa da vida da criança.
Outro passo importante, é ser o “repertório da criança”. Quando as novidades chegam, a criança ainda não tem total domínio da linguagem e da sua capacidade comunicativa, desta forma o adulto deve funcionar como espelho, dando sempre o exemplo e o suporte linguístico necessário para que a criança consiga se comunicar de maneira efetiva.
Portanto, torna-se necessário que a terapia fonoaudiológica saia do setting terapêutico e vá para casa. As atividades realizadas em terapia devem ser complementadas em casa, através de exercícios propostos pela fonoaudióloga e por “metas” para que a experiência do pequeno amplie em outros ambientes FORA da terapia. O ambiente deve ser rico, para que assim as necessidades linguísticas das crianças sejam SEMPRE supridas!
Graduada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO em Fonoaudiologia.
Mestre em Ciências pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO.
Doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO.
Experiência em alterações de fala infantil, como: apraxia de fala na infância, autismo, comunicação alternativa (PECS), gagueira, atraso na fala e transtorno fonológico. Além disso, atua com orientação parental voltada ao desenvolvimento infantil.
CRFa 2-20413