Em alguns outros artigos publicados no blog, tratamos de maneira direta o Atraso na Fala. Contudo, este termo é normalmente utilizado para tratar de crianças que não tenham uma alteração marcante no aspecto motor da fala. Porém, algumas crianças que chegam no consultório fonoaudiológico apresentam características em comum durante a tentativa de produção de fala. Estas crianças normalmente não se enquadram e não preenchem critérios para Apraxia de Fala na Infância, embora apresentem manifestações relacionadas aos aspectos motores de fala.
O atraso motor de fala está relacionado à execução neuromotora, especificamente, há um atraso na maturação do sistema motor da fala, causando dificuldade principalmente na precisão articulatória (Shriberg et al., 2019).
As crianças com este quadro são 3-4 vezes mais comuns na clínica fonoaudiológica do que crianças com Apraxia de Fala na Infância. Sendo assim, de 10 a 12% das crianças que apresentam alterações de fala, estão inseridas neste diagnóstico. A prevalência populacional é de 4 crianças a cada 1.000 (Shriberg et al., 2019)
Os profissionais podem observar essas crianças com alterações específicas durante a produção de fala. Por exemplo, deslizamento lateral/horizontal da mandíbula, menor capacidade de controlar abertura de mandíbula (especialmente durante a produção de algumas vogais), dificuldade em protruir e retrair os lábios com precisão ou movimentos retraídos excessivos dos lábios superiores.
As crianças com alterações motoras de fala apresentam resistência às abordagens terapêuticas tradicionais. Sendo assim, é importante que esta seja identificada o quanto antes por um profissional com expertise na área.
Atualmente, alguns estudos apontam o uso de pistas proprioceptivas como principal caminho terapêutico. O PROMPT tem sido uma técnica muito utilizada nestes casos, e os resultados, em um período superior à 10 semanas de intervenção, tem se mostrado favorável.
Graduada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO em Fonoaudiologia.
Mestre em Ciências pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO.
Doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO.
Experiência em alterações de fala infantil, como: apraxia de fala na infância, autismo, comunicação alternativa (PECS), gagueira, atraso na fala e transtorno fonológico. Além disso, atua com orientação parental voltada ao desenvolvimento infantil.
CRFa 2-20413