Existem alguns sinais que mostram que a criança apresenta dificuldade na fala e não está desenvolvendo da forma qual deveria. Sendo assim, é necessário sempre atentar-se à criança e compará-la à crianças de mesma faixa etária.
Quando bebê, a criança inicia um tentativa de comunicação com os pais desde os primeiros dias de vida. Sendo através de choro, de olhares ou gritinhos e do sorriso social. Por volta do primeiro ano de idade a criança começa a emitir uma ou outra palavrinha. Os pais esperam ansiosos a chegada do “mamá” ou “papá”. É a partir das primeiras palavras que o desenvolvimento da fala emerge. Os pedidos e emissões surgem de forma natural e com maior frequência com o passar do tempo, aos dois anos suas palavras são utilizadas de maneira combinada, e ficam cada vez mais frequentes e funcionais.
Quando isto não ocorre, o mais importante é procurar um profissional. Mesmo que estejamos acostumados a ouvir “CADA CRIANÇA TEM SEU TEMPO” ou “QUANDO FOR PARA A ESCOLINHA VAI FALA”, nada será melhor para o seu pequeno do que uma avaliação profissional.
A dificuldade na fala pode ser um termo utilizado para descrever um sintoma ou um sinal de diversas patologias que influenciam a articulação dos sons. Aqui em nossa página, temos algumas publicações destinadas às principais alterações que resultam na dificuldade de fala e suas alterações.
A fala é um processo que exige complexidade em diversas habilidades que adquirimos durante a infância. Quando recém-nascido, a criança realiza o teste da orelhinha, teste para averiguar se a audição está dentro do esperado. A audição está diretamente ligada à fala, os estímulos auditivos proporcionam junto com a capacidade de imitação e de articulação, a aquisição de fonemas e a organização destes. Então, sempre que realizo uma avaliação fonoaudiológica, qual a queixa é dificuldade na fala, eu solicito uma AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA composta por audiometria e impedanciometria. “MAS POR QUE VOCÊ PEDE ESTE EXAME SE A QUEIXA NÃO É AUDIÇÃO?”, a resposta é simples! As otites (conhecidas também como infecções de ouvido) muitas vezes são silenciosas, não causando febre e a criança então pode não se queixar de dor. A otite causa um “abafamento” dos sons, afetando à percepção e distinção dos sons da fala resultando em uma alteração. Não foi uma ou duas vezes que avaliei crianças que apresentavam estes sinais. Por isso, SEMPRE solicito a avaliação audiológica.
Desta forma, partimos para uma investigação almejando o diagnóstico diferencial. A dificuldade na fala pode ser causada por um atraso de fala, que ao receber o estímulo adequado a criança alcançará sua faixa etária. Pode ser também um Transtorno do Desenvolvimento de Linguagem (TDL), qual deve ser avaliado para intervir de maneira adequada. A criança também pode estar inserida no Transtorno do Espectro do Autismo, o que envolve outros sinais e sintomas ALÉM da dificuldade na fala (como aspectos sociais). Além desses, também temos a Apraxia de Fala na Infância, uma alteração do processamento motor da fala, o que resulta na ausência dele ou mais frequentemente na articulação imprecisa dos sons.
Por fim, gostaria de lembrar que o intuito desse texto é estimular que os pais conversem com seus filhos (desde a amamentação), narrem eventos, brinquem com eles todos os dias, não o exponham de maneira exagerada à eletrônicos e que procurem ajuda quando notarem comportamento desviante.
Temos em nosso site outros textos que descrevem as patologias citada neste post com maiores detalhes e informações!