A fala é um processo que exige complexidade em diversas habilidades que adquirimos durante a infância. Quando recém-nascido, a criança realiza o teste da orelhinha. Isto para averiguar se a audição está dentro do esperado.
A audição está diretamente ligada à fala. Os estímulos auditivos proporcionam junto com a capacidade de imitação e de articulação, a aquisição de fonemas e a organização destes. Então, sempre que realizo uma avaliação fonoaudiológica, qual a queixa é dificuldade na fala, eu solicito uma AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA composta por audiometria e impedanciometria.
A resposta é simples! As otites (conhecidas também como infecções de ouvido) muitas vezes são silenciosas, não causando febre e a criança então pode não se queixar de dor. A otite causa um “abafamento” dos sons, afetando à percepção e distinção dos sons da fala resultando em uma alteração. Não foi uma ou duas vezes que avaliei crianças que apresentavam estes sinais. Por isso, SEMPRE solicito a avaliação audiológica. Além das famosas infecções de ouvido, existem outros quadros que podem afetar a audição, e que estejam interferindo diretamente na fala. Algumas doenças da infância já são correlacionadas à déficits auditivos, e isto pode interferir de maneira perigosa no desenvolvimento infantil.
Dentre o espectro de procedimentos para avaliar a audição temos o BERA, que não depende da resposta da criança. Embora seja necessário que a criança não realize movimentos bruscos durante o exame. Além disso, também contamos com a Audiometria Comportamental ou Condicionada. Esta o nome mesmo já diz, o comportamento da criança é condicionado a fim de obter as resposta para o exame. Ainda temos também a AUDIOMETRIA EM CAMPO, que é realizada sem o uso de fones, e ainda tem um reforço visual para que a criança procure o estímulo sonoro.
Por fim, gostaríamos de deixar registrado que para uma avaliação completa de linguagem e fala é necessário SIM a AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA. Afinal, queremos eliminar todas as dúvidas e seguir o procedimento terapêutico mais adequado, não é mesmo?