A dificuldade para aceitar novos alimentos é muito comum em crianças. Principalmente a partir de 1 ano de idade. Um estudo demonstrou que os vegetais e frutas são os alimentos menos aceitos e menos ofertados neste público, já os doces ou alimentos adoçados são mais consumidos. No entanto, a aceitação é determinada principalmente a partir do que foi oferecido e da quantidade de exposição àquele alimento quando pequenos. Ainda, mesmo que haja uma influência genética para as preferências alimentares. Desta forma, os hábitos alimentares precisam ser vistos com grande importância, como forma de prevenir a obesidade infantil e também para estabelecer uma alimentação saudável ao longo do desenvolvimento.
Os hábitos alimentares dos pais e familiares influenciam diretamente em quais alimentos seus filhos irão se interessar e comer. Assim, será muito mais difícil que seu filho aceite um alimento novo se as pessoas em que se espelha e admira não o aceitam.
Estudos sugerem que a quantidade de exposições ao novo alimento influencia em sua aceitação, e que é necessário um número maior de exposições com o aumento da idade. Desta forma, para crianças de 1 a 2 anos é necessária de 5 a 10 exposições ao novo alimento (Birch et al, 1987). E 15 exposições em crianças de 3 a 4 anos. (Sullivan & Birch, 1990).
A exposição ao novo alimento não se refere a pressão ou forçar a criança a provar aquele alimento, e sim de proporcionar vivências com ele. Leia o próximo tópico para entender melhor.
Vale ressaltar que a pressão, ameaças, recompensas se a criança comer ou não aquele alimento somente reforçam a dificuldade de aceitar novos alimentos. Sendo assim, proporcione vivências como: fazer receitas com a criança, levar a criança a feira ou ao mercado para mostrar os alimentos e características de cada um, brincadeiras com o alimento e muitas outras. Durante estas vivências não solicite que ela prove ou experimente, deixe que ela decida se o fará ou não!
Vai desde a apresentação até a forma de apresentar o alimento. Por exemplo, se seu filho não gosta de beterraba cozida, oferte beterraba ralada na salada, faça um purê de beterraba, hambúrguer de beterraba entre outros, para que ele possa ter a opção de experimentar este alimento de uma forma que o interesse mais.
Além disso, você pode apresentar os alimentos de uma forma divertida, com formatos de animais, carinhas, flores entre outros!
É muito importante estabelecer os papéis dos pais e das crianças durante a alimentação. Os pais irão decidir quando a criança irá se alimentar, em que lugar irão ofertar e o que irão ofertar. Já a criança deve poder escolher se irá comer, o que irá comer e quanto irá comer. Para assim estabelecer uma relação de confiança e prazer com o momento da alimentação.
Estas são algumas dicas para auxiliar na oferta de novos alimentos, mas se mesmo assim seu filho apresentar dificuldades para aceitar muitos alimentos, seja pela sua textura, consistência ou outra questão, procure ajuda profissional especializada neste assunto! O fonoaudiólogo é um dos profissionais que pode te ajudar neste momento.
Graduada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO em Fonoaudiologia.
Especialização em Fonoaudiologia Pediátrica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Experiência em desvios do desenvolvimento infantil, Atraso na Fala, Transtorno no Desenvolvimento de Linguagem, Transtornos de aprendizagem e Estimulação Precoce. Ainda, possui experiência em dificuldades alimentares na infância como Disfagia Infantil, Recusa/seletividade Alimentar e Amamentação.
Crfa 2-21242