Quando o assunto é alimentação de bebês, sabemos o quanto é relevante o aleitamento materno. Campanhas nacionais e internacionais orientam a amamentação exclusiva até os seis meses. Porém, e após os seis meses? Como introduzir essa alimentação de maneira segura e respeitando o desenvolvimento da criança?
A nutrição não depende só do acesso à uma alimentação adequada, mas também da educação e cultura da população. A educação alimentar inicia-se muito precocemente, nos primeiros meses de vida. O comportamento alimentar da criança é diretamente relacionado a interação da criança com o alimento. Assim, a influência mais marcante na formação dos hábitos alimentares é a interação da criança com a própria mãe ou a pessoa mais ligada à sua alimentação.
O contexto familiar oferece amplo aprendizado social à criança. O ambiente, o estilo de vida dos pais, as relações sociais podem ter grande influência na alimentação e nas preferências alimentares. Ainda, o modo de alimentação pode afetar o equilíbrio energético pela disponibilidade e composição dos alimentos ofertados. Assim, a família é a maior influenciadora e responsável pelo aprendizado de um hábito socialmente aceito ou inserir novos hábitos. Desta maneira, a família está contribuindo para a formação de um padrão de comportamento alimentar adequado ou não.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a introdução de alimentos complementares, APÓS OS SEIS MESES DE VIDA, deve seguir o seguinte curso:
A queixa de recusa alimentar é muito frequente no segundo ano de vida. Nesta faixa etária, a criança está naturalmente no processo de negar alimentos que são novidades. Assim, é importante sempre variar e permear diferentes gostos, cores, consistências, texturas, explorando sempre o “novo” por meio da curiosidade. Contudo, é necessário paciência e criatividade durante a construção de pratos e momentos de refeição.
A seletividade e recusa alimentar deve ser acompanhada de perto, para que não interfira na aquisição de nutrientes e assim no desenvolvimento da criança. Caso a evolução na qualidade das refeições não esteja acontecendo, procure um fonoaudiólogo capacitado para avaliar e intervir no processo da alimentação.
A alimentação não deve virar moeda de troca, muito pelo contrário, a criança deve encontrar prazer e nutrição juntas na mesma refeição.
Graduada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO em Fonoaudiologia.
Mestre em Ciências pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO.
Doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO.
Experiência em alterações de fala infantil, como: apraxia de fala na infância, autismo, comunicação alternativa (PECS), gagueira, atraso na fala e transtorno fonológico. Além disso, atua com orientação parental voltada ao desenvolvimento infantil.
CRFa 2-20413