A brincadeira simbólica desempenha um papel importante no desenvolvimento da linguagem. Mas o que é essa brincadeira simbólica? É o uso não literal de objetos, ações e pessoas na brincadeira, para se divertir e se entreter com o que está disponível no momento.
De acordo com a teoria sociocultural, a natureza representacional da brincadeira simbólica compartilhada promove um contexto social único que cultiva o desenvolvimento simbólico. Como por exemplo: durante uma brincadeira em que a criança finge que um bloco é um carrinho. Assim, podemos observar que ela fez uma substituição de objeto para poder desenvolver sua brincadeira. Desta forma, para que ela pudesse fazer isso foram necessárias duas habilidades:
1) Assumir que a criança entende que naquele contexto o bloco representa um conceito diferente – um carrinho, nesse caso – e
2) Requer a compreensão da pessoa com quem ela está brincando, ambos precisam compreender a transformação do propósito e o envolvimento na intencionalidade coletiva.
Além da brincadeira simbólica, outros dois tipos de interação funcionais e significativos ao longo do desenvolvimento infantil são: a atenção compartilhada e o uso de gestos.
A atenção compartilhada é importante para aprender sobre as experiências das outras pessoas e também. E ainda, talvez o mais importante, sobre os mecanismos de interação social. Esta é necessária para a troca de significados que, durante o desenvolvimento é, muitas vezes, suportado por gestos, como o de apontar.
As crianças aprendem o gesto de apontar por volta dos 8 – 15 meses de idade. Sendo assim, elas o utilizam como forma de manipular a atenção do interlocutor durante a interação, demonstrando aquilo que deseja.
Durante o segundo ano de vida, as crianças começam a produzir gestos representativos ou “icônicos”, como o de levar a mão à boca e fingir estar mastigando para expressar “fome” ou “comer”. Durante essa fase, os estudos indicam que as crianças parecem tratar gestos icônicos e palavras (fala) como equivalentes.
Agora que sabemos da importância da brincadeira simbólica, da atenção compartilhada e dos gestos, podemos introduzi-los no dia a dia para alavancar o desenvolvimento das crianças. Portanto, estimulando a comunicação não verbal através de gestos representativos e assim nomeando os mesmos! Com isto, estimulando também a fala, criando brincadeiras e abusando da imaginação da criançada. Desta forma, tornando o momento mais criativo e divertido e também criar situações de atenção compartilhada. Assim, possibilitando que a criança adquira novos conhecimentos através da observação de outras pessoas e como estas lidam em diferentes situações.
Vale ressalta que usar esse conhecimento torna a hora da brincadeira não só divertida, mas também mais um momento de aprendizado.
Graduada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO em Fonoaudiologia. Especialização em Linguagem pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Possui experiência em alterações de aprendizagem, Leitura e Escrita e Alterações de Fala Infantil, como Atraso no Desenvolvimento da Fala, Transtornos Fonológico e Apraxia de Fala na Infância.
CRFa 2-20836